quarta-feira, 30 de abril de 2008

O efeito colateral de remédios de uso livre

Quando foram desenvolvidos, em 1952, os medicamentos à base de corticóides ou corticosteróides - hormônios produzidos quimicamente - ganharam o status de grande descoberta, por causa de suas propriedades antiinflamatórias. Eficazes, eles são capazes de curar alergias e dermatites em questão de dias. Três anos após sua criação, os primeiros efeitos colaterais começaram a ser catalogados. De acordo com um estudo publicado recentemente pelo "Journal American Academy of Dermatology", nos EUA, o mesmo mecanismo de ação dos remédios à base de corticóides responsável pela cura é também responsável pelos efeitos colaterais que surgem pelo uso indevido, dentre eles acne, osteoporose, glaucoma e hipertensão. O pior da história é que estes remédios podem ser obtidos sem receita médica em muitas farmácias brasileiras. Com isso, fica fácil abusar deles. Uma vez indicado, a pessoa poderá recorrer a ele toda vez que o problema reincidir. As crianças, que respondem por 30% da população mundial vítima de alergias e dermatites, acabam sendo as maiores vítimas. "Como a pele delas é mais fina e delicada, estão mais sujeitas aos efeitos colaterais dos corticóides", explica a professora de Dermatologia da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) Zilda Najjar. Existem vários tipos de corticosteróides e, com o tempo, novos são sintetizados. "O intuito é conseguir remédios mais potentes e com menos efeitos colaterais", explica Zilda. Eles são divididos em dois tipos: tópicos (de aplicação local, como pomadas, cremes e loções) e sistêmicos (como os inalatórios e orais). Outra classificação é quanto à eficiência: há os superpotentes, os potentes, os de média potência e os de baixa potência. Quanto mais potentes, maior a penetração na pele do paciente e maior a possibilidade de efeitos colaterais. Para áreas afetadas cuja pele é fina ou crianças, por exemplo, o melhor são os de baixa potência. Em caso de abuso (por automedicação) ou uso por tempo prolongado, os corticóides sistêmicos podem interferir no crescimento dos pequenos. Absorvidos em grandes quantidades pela pele, eles interferem na produção do corticóide natural pelas glândulas supra-renais. Nos adultos, a mesma medicação pode causar osteoporose, aumento de glicose no sangue, hipertensão e Síndrome de Cushing. Caracterizada por excesso de pelos no corpo, pressão alta e estrias, a disfunção tem tratamento específico, mas nem sempre as complicações têm cura. A dona de casa Maria Lúcia (sobrenome não revelado), de 59 anos, começou a desenvolver alguns dos sintomas da síndrome há dois anos, graças ao uso indiscriminado de um comprimido à base de corticóides. "Uma amiga me indicou para a minha dor de cabeça, mas eu tomava o tempo todo. Com o tempo, comecei a engordar, mas nem desconfiava que era por causa do remédio", diz ela, que comprava o medicamento de vendedores que se abasteciam no Paraguai. Hoje ela faz tratamento com um endocrinologista para controlar os sintomas da disfunção. Graças à má fama dos corticosteróides, muita gente deixa de usá-los. Zilda, no entanto, acha que essa fama de vilão é injusta. "Bem utilizados, eles são seguros", diz a dermatologista. O ideal, quando os sintomas da doença retornam, é procurar orientação médica. Colírios - O uso exagerado de colírios à base de corticóides constitui um capítulo extra nesta história. Indicados para casos graves de inflamação ocular - como a conjuntivite viral - eles podem provocar dependência física, intoxicação, infecções, glaucoma e, nos piores e não raros casos, perda parcial ou total da visão. "São poucos os casos de inflamação que realmente necessitam de colírios à base de corticóides", explica o oftalmologista do Hospital Sírio-Libanês de São Paulo Newton Kara Júnior. Eles dão conforto para os olhos irritados e agem inibindo a chegada de células de defesa até os olhos. Com as defesas naturais deprimidas, os olhos ficam muito mais suscetíveis a infecções. Na maioria dos casos, não têm seu uso prescrito pelos oftalmologistas por mais de duas semanas. Segundo Kara, são três os grandes males que estes colírios podem provocar. O primeiro é a suscetibilidade às infecções. "Se a pessoa usou o colírio por causa de um desconforto, por exemplo, ela pode ficar com uma infecção", diz Kara. O segundo é a dependência física. "Os colírios à base de corticóides produzem um bem-estar artificial porque se a pessoa pára de usá-lo, os sintomas voltam ainda piores. É o que chamamos de efeito rebote", diz Kara. O terceiro, e mais grave, é o glaucoma, ou aumento da pressão intra-ocular. Ele acontece quando o colírio de corticóide é usado por muito tempo e também pode levar à perda da visão. Total ou parcial, a cegueira ocorre com mais freqüência em pessoas que já apresentavam alguma infecção por fungos ou herpes. Apesar de causarem sensação de bem-estar em olhos irritados, os colírios à base de corticóides não são insubstituíveis. O ideal, diz Kara, é tentar descobrir a causa do incômodo. Após feito o diagnóstico, o oftalmologista indicará um tipo específico de colírio.

Antipsicóticos Sedativos

Os antipsicóticos ou neurolépticos são medicamentos inibidores das funções psicomotoras, como é o caso da excitação e da agitação. Paralelamente eles atenuam também os distúrbios neuropsíquicos ditos psicóticos, tais como os delírios e as alucinações. São substâncias químicas sintéticas, capazes de atuar seletivamente em células nervosas que regulam os processos no homem e a conduta em animais.
Os neurolépticos sedativos são os anti-psicóticos cujo principal efeito é a sedação, ao contrário dos neurolépticos incisivos (como o Haloperidol, p. ex.) cujo efeito principal e a remoção de delírios e alucinações.
Dos neurolépticos incisivos fazem parte o Haloperidol, Penfluridol, Flufenazina, Fenotiazina, etc. Ao contrário dos sedativos, os incisivos têm baixa capacidade de sedação mas uma melhor atuação naquilo que se chama sintomas produtivos das psicoses (delírios e alucinações), enquanto os sedativos têm melhor aplicação nos casos de agitação psicomotora.
Os neurolépticos atípicos não podem ser classificados de sedativos ou incisivos tendo em vista a diversidade de ação, ora cumprindo um objetivo, ora outro. São os antipsicóticos recentemente introduzidos no mercado que não se classificam nem como Fenotiazínicos, como Butirofenonas e nem como Ortopramidas.

Ansiolíticos e Tranqüilizantes

Quando falamos de ansiolíticos estamos falando, praticamente, dos benzodiazepínicos ou tranqüilizantes. De longe, os benzodiazepínicos são as drogas mais usadas em todo o mundo e, talvez por isso, consideradas um problema da saúde pública nos países mais desenvolvidos.
Os benzodiazepínicos são utilizados nas mais variadas formas de ansiedade e, infelizmente, sua indicação não tem obedecido, desejavelmente, a determinadas regras. Como bem diz Márcio Versiani(16), os benzodiazepínicos são ansiolíticos e nada mais que isso.
Não são antineuróticos, antipsicóticos ou antiinsônia, como pode estar pensando muitos clínicos e pacientes.
A melhor indicação para os benzodiazepínicos são nos casos onde a ansiedade NÃO faz parte da personalidade do paciente ou ainda, para os casos onde a ansiedade NÃO seja secundária a outro distúrbio psíquico.
Resumindo, serão bem indicados quando a ansiedade estiver muito bem delimitada no tempo e com uma causa bem definida.
Naturalmente podemos nos valer dos benzodiazepínicos como coadjuvantes do tratamento psiquiátrico, quando a causa básica da ansiedade ainda não estiver sendo prontamente resolvida. No caso, por exemplo, de um paciente deprimido e, conseqüentemente ansioso, os benzodiazepínicos podem ser úteis enquanto o tratamento antidepressivo não estiver exercendo o efeito desejável.
Trata-se, neste caso, de uma associação medicamentosa provisória e benéfica ao paciente. Entretanto, com a progressiva melhora do quadro depressivo não haverá mais embasamento para a continuidade dos benzodiazepínicos.

PERIGOS DA AUTOMEDICAÇÃO

Existem pessoas que fazem uso de medicamentos que sobraram, sem ter certeza de que se trata da mesma doença. Outras não sabem que a indicação do balconista, ou de amigos, pode induzir à compra de medicamentos sem garantia de qualidade. Outras ainda com uma única receita médica, no mesmo dia, compram várias vezes o mesmo remédio e o consome indiscriminadamente.
O dr. Abrão José Cury Jr, presidente da Regional São Paulo da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, médico assistente da Universidade Federal de São Paulo e cardiologista do Hospital do Coração, dá exemplos de medicamentos freqüentemente consumidos sem indicação médica e mostra os perigos.

Laxante - Quando consumido indiscriminadamente pode levar a alterações intestinais. Se a pessoa estiver constipada (intestino preso), complica o quadro e pode levar à perfuração do intestino. Nos idosos, pode provocar desidratação e alterações metabólicas, colocando a vida em risco. Pessoas com tumor intestinal, em geral não diagnosticado, podem agravar a doença.

Xarope - A tosse pode ter várias causas, como infecção viral ou bacteriana, alergia, refluxo da hérnia de hiato e câncer das vias respiratórias. O xarope pode mascarar o sintoma, permitindo que a doença evolua sem controle, pode piorar o problema ou não ter efeito algum.

Antibiótico - Droga usada para tratar várias infecções, como as respiratórias, gripes e abscessos. Mesmo que a pessoa acerte na escolha, ao comprar sem indicação médica, pode errar no tipo e na dosagem, levando ao tratamento errado. Além disso, o indivíduo pode desenvolver resistência à droga e quando for realmente necessária, não terá efeito.

Antiácido - Muito usado para combater dor de estômago, que pode ser sintoma de úlcera, tumor, pancreatite e até de infarto do miocárdio. O uso inadequado pode retardar o diagnóstico, comprometer o tratamento e expor ao risco de morte.

Aspirina - Reconhecida como droga que previne o infarto, só pode ser consumida com indicação médica, mesmo no controle de outras doenças, porque tem efeitos colaterais importantes, podendo provocar problemas de estômago e hemorragias. Pode ser fatal se usada para combater a dengue.

Colírio - Sem indicação médica, a única coisa que se pode passar nos olhos é água limpa. Os colírios têm princípios ativos variados, como corticóides e antibióticos, podem mascarar ou exacerbar doenças e se a pessoa tiver problemas prévios, como glaucoma, pode agravá-los.

Cremes e pomadas - Muitas pessoas cometem o erro de achar que existem cremes e pomadas que tratam tudo, o que está errado porque cada um tem uma indicação adequada. O uso indiscriminado pode mascarar doenças, como câncer de pele, pode provocar dermatite de contato, ou pode não ter efeito.

Remédios naturais - Todos os medicamentos, sem exceção, têm efeitos colaterais e podem provocar riscos à saúde.

Vitaminas - Só devem ser tomadas quando há uma real necessidade até porque algumas, dependendo da dose, podem provocar doenças. A vitamina C, por exemplo, provoca distúrbios gastrointestinais e cálculo renal. A vitamina A, quando consumida por crianças, pode provocar hipertensão craniana.

Suplementos alimentares - Podem ter efeitos tóxicos, ou não fazer nada. Estudos em andamento, relacionam os suplementos com o desenvolvimento de arritmias cardíacas e com morte súbita.

Casamento de remédios - Algumas pessoas, ao acharem que estão com gripe, por exemplo, ingerem xarope para a tosse, que piora a secreção pulmonar, descongestionante nasal, que nos casos de sinusite e pneumonia piora o quadro, e injeções à base de eucalipto, absolutamente inúteis. Além disso, tudo junto pode provocar reações alérgicas e até choque anafilático.

"É importante que as pessoas saibam cuidar melhor da saúde, conheçam o risco da automedicação, valorizem mais o conhecimento médico e o ideal é que todos os medicamentos sejam vendidos apenas com retenção de receita", finaliza o dr. Abrão José Cury Jr.

Congresso debate os avanços e as dificuldades para se obter uma vacina contra o HIV

Os progressos e os desafios em relação ao desenvolvimento de uma vacina contra o HIV foram discutidos na tarde desta quarta-feira (16/4), durante o 2º Congresso da CPLP sobre DST/Aids, no Rio de Janeiro. Alberto Duarte, da Universidade de São Paulo (USP), lembrou que desenvolver uma vacina não é tarefa simples e pode levar de 9 a 18 anos ou até mais. Segundo o palestrante, apesar das dificuldades – que incluem a diversidade do vírus e das populações acometidas pela Aids, o custo elevado das pesquisas e o recrutamento de voluntários para os ensaios clínicos –, pode-se acreditar numa futura vacina contra o HIV, dados os conhecimentos já acumulados sobre o vírus e a resposta imunológica dos pacientes, bem como informações sobre pessoas expostas e não infectadas.
Ao apresentar um panorama dos esforços mundiais para o desenvolvimento de uma vacina anti-HIV ao longo de cerca de 20 anos de pesquisas, Duarte contabilizou 50 produtos candidatos a vacina, 180 ensaios clínicos e voluntários em 32 países. Dos quatro ensaios em fase mais adiantada que estavam em andamento até outubro de 2007, três foram paralisados e apenas um, da Tailândia, continua em evolução, de acordo com o professor.
Na ocasião, um projeto conduzido pela Fiocruz Pernambuco foi apresentado pelo pesquisador Luís Arraes. Ele comentou dados de estudo sobre um produto candidato a vacina terapêutica que, em macacos recém infectados pelo HIV, produziu queda da carga viral e aumento de células do sistema imunológico. Em testes preliminares com 18 pessoas portadoras do HIV, metade delas reagiu positivamente ao produto. “Os estudos continuam, mas ainda há muito trabalho a ser feito e perguntas a responder”, contou Arraes.
O encontro também teve a presença de Cristina Possas, do PN-DST/Aids, e Mauro Romero Leal Passos, da Universidade Federal Fluminense (UFF). Ele falou sobre as vacinas disponíveis contra HPV (leia a entrevista na AFN). Ela adiantou que, no início de setembro deste ano, será lançado oficialmente o Plano Nacional de Vacinas anti-HIV/Aids 2008-2012, que prevê condições adequadas para o financiamento e a regulação dos trabalhos, a criação de uma plataforma tecnológica para vacinas recombinantes e o incentivo das parcerias público-privadas, entre outras ações.

Novo remédio contra a malária é lançado na Fiocruz

O medicamento ASMQ para o controle da malária foi lançado pela Fiocruz e pela organização Medicamentos para Doenças Negligenciadas (DNDi). O novo remédio simplifica o tratamento de adultos e crianças com uma dose diária de um a dois comprimidos por três dias. A combinação em dose fixa do artesunato (AS) e mefloquina (MQ) em um único comprimido garante que os dois medicamentos sejam tomados juntos e na proporção correta. O tratamento também ficará mais barato já que o preço de custo para os setores públicos dos países endêmicos será de U$ 2,50 (R$ 4,25).
Este novo tratamento será disponibilizado a pacientes adultos e crianças em toda a América Latina e nos países do Sudeste Asiático em 2008 e 2009. Vale lembrar que 99% dos casos de malária no Brasil se encontram na bacia Amazônica, onde as autoridades brasileiras do Programa do Controle da Malária realizaram um estudo de intervenção com o uso programático do ASMQ.

Gel anti-Aids será testado em tecidos humanos

O desenvolvimento de um microbicida nacional contra o vírus da Aids, o HIV, desenvolvido a partir de uma alga marinha, avançou mais uma etapa. A substância começará a ser testada em tecidos humanos. A patologista Patrícia Ocampo está na Saint George"s Medical School, em Londres, onde aprende a técnica para testar o produto em fragmentos de tecido do colo do útero, extraídos durante cirurgias.
A idéia é trazer a tecnologia para o país para agilizar a pesquisa, desenvolvida há cinco anos numa parceria do Instituto Oswaldo Cruz, ligado à Fundação Oswaldo Cruz (IOC/Fiocruz), da Universidade Federal Fluminense (UFF), da Fundação Ataulpho de Paiva (FAP) e do Programa Nacional de Doenças Sexualmente Transmissíveis e Aids do Ministério da Saúde.
A proposta dos pesquisadores é que a mulher utilize o microbicida, em forma de gel, creme ou espuma, antes da relação sexual e, assim, bloqueie a contaminação pelo HIV. Mas, para saber se a substância cumpre essa função, é preciso testá-la antes em tecido humano.
Técnica: A técnica que está sendo aprendida em Londres permite que o tecido seja retirado quando a mulher é submetida a uma pequena cirurgia, por conta de alguma alteração no colo do útero. Os pesquisadores passam, então, a infectar o tecido e utilizam o microbicida para bloquear a infecção.
Se os testes derem o resultado esperado, tanto em Londres quanto no Rio, o microbicida começará a ser testado em seres humanos em 2009. A previsão é que o produto possa ser comercializado a partir de 2013. A alga estudada é encontrada em alguns pontos da costa brasileira e pertence a uma família com ação antiviral. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

LABORATÓRIO PERNAMBUCANO FABRICARÁ MEDICAMENTO CONTRA A DOENÇA DE CHAGAS

Pesquisadores da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) sintetizaram quatro substâncias inibidoras do Trypanosoma cruzi, protozoário causador da doença de Chagas. Os compostos, segundo o estudo, não são tóxicos para células de mamíferos. Os resultados abrem perspectivas para o tratamento da tripanossomíase. É que a droga atualmente administrada aos pacientes da parasitose é eficiente apenas na fase aguda.O objetivo dos cientistas, ligados ao Departamento de Ciências Farmacêuticas, é conseguir substâncias anti-chagásicas que funcionem tanto na fase aguda da doença quanto na crônica e com efeitos colaterais mais brandos. Para a coordenadora do estudo, Ana Cristina Lima Leite, os quatro compostos caminham nesse sentido. “As moléculas mostraram capacidade de inibir o parasito sem apresentar toxicidade elevada para células de mamíferos quando comparado ao benzonidazol”, afirma a farmacêutica.O bezonidazol é o único fármaco disponível para o tratamento da doença de Chagas. “Tem excelentes taxas de cura na fase inicial da doença, sendo eficiente em crianças e na infecção congênita (transmitida da mãe para o filho)”, afirma Diogo Magalhães Moreira, que testou os compostos durante pesquisa para conclusão do mestrado em Ciências Farmacêuticas da UFPE, concluída este ano. “Mas os efeitos colaterais podem resultar na interrupção do tratamento”.O farmacêutico lembra que, devido ao difícil diagnóstico da doença, a maior parte dos pacientes é conduzida à fase crônica. “Nesse estágio, a doença de Chagas não tem cura e pode levar à morte na maioria dos casos. Daí a importância do desenvolvimento de novos medicamentos”, diz. A fórmula do benzonidazol é estudada, desde 2001, pelo Laboratório Farmacêutico do Estado de Pernambuco (Lafepe).As novas moléculas, acreditam os pesquisadores da UFPE, agem através da inibição da enzima cruzaína. A enzima, presente no Trypanosoma cruzi, é essencial para a sobrevivência do protozoário. A inibição chegou a 100%, segundo Diogo Moreira. “Demonstramos que essa classe de compostos possui ação contra mais de uma forma do parasito. Também foi capaz de inibir cepas do Trypanosoma cruzi que possuem certa resistência ao benzonidazol.”A resistência do protozoário à droga tem origem na reinfecção dos pacientes. É que a reinfecção contribui para o surgimento de cepas resistentes. Outra desvantagem do benzonidazol, segundo Diogo Moreira, é contar com apenas uma formulação farmacêutica, que são comprimidos com 100 miligramas. “Isso diminui a eficácia do tratamento para crianças, que têm como dose recomendada 25 miligramas por dia. E também para idosos, que em alguns casos têm dificuldade de deglutir o comprimido.

MÉDICOS RECOMENTAM A VACINAÇÃO EM IDOSOS

A comunidade médica contribui em muito para o sucesso da Campanha Nacional de Vacinação do Idoso, cuja 10ª edição começa em 26 de abril. “Verificamos, a cada ano, os crescentes benefícios da vacinação dos idosos”, afirma o pneumologista Gérson Zafalon Martins, 3º vice-presidente do Conselho Federal de Medicina e representante da entidade junto à Comissão de Divulgação e Mobilização da Campanha. Em sua opinião,o programa de imunização brasileiro, para todos os segmentos da população, está entre os melhores do mundo, graças também aos profissionais que atuam na ponta do sistema de saúde pública. Segundo Gerson Martins, a adesão da Terceira Idade à vacina é maior a cada ano, mas ainda precisam ser esclarecidos alguns mitos sobre a imunização ao vírus Influenza. “Se eles contraem outro vírus ou têm uma reação, colocam que a vacina é que os deixou doentes e isso quase sempre não é verdade”, explica o médico. Para ele, os resultados das campanhas ao longo do tempo e a educação permanente da população, na qual os profissionais de saúde exercem um papel importante, podem mudar estas opiniões. “É algo cultural”, acredita.A vacinação de idosos será um dos temas em debate no Congresso Nacional de Medicina e Reabilitação, organizado pelo Conselho de Medicina Física e Reabilitação, entidade com 2 mil associados espalhados por todo o país. No encontro marcado para julho, em Belo Horizonte (MG). “Pelo menos 70% dos pacientes dos fisiatras são idosos, por isso é importante nossa participação na campanha”, afirma Claudia Barata Ribeiro, que representa o Conselho na Comissão de Divulgação e Mobilização da Campanha.Ela concorda com Gérson Martins a respeito da diminuição do preconceito de idosos em relação à vacina e também salienta a importância do papel dos profissionais de saúde para que haja uma dismistificação da vacina contra o Influenza. “Temos um jornal bimestral e já preparamos material sobre o assunto para a próxima edição, que sai ainda em abril”, acrescenta.
Vacina - A vacina contra a gripe é produzida com base nas três cepas (subtipo de vírus) de maior circulação no Hemisfério Sul. Essa combinação eleva a capacidade de proteção da vacina. A vacina leva duas semanas para produzir efeito e deve ser tomada todos os anos. Os vírus presentes na vacina estão mortos e não podem se reproduzir e provocar a doença. Isto significa que a vacina não causa gripe. Só não podem ser vacinados aqueles que têm um quadro raríssimo de alergia comprovada à proteína do ovo, uma vez que a dose é produzida em embriões de galinha.Comitê de mobilização - O esforço para a vacinação de idosos no Brasil conta com o apoio dos integrantes do Comitê de Divulgação e Mobilização da Campanha de Vacinação do Idoso. Participam do Comitê dezenas de parceiros, tais como os ministérios dos Transportes, Esportes, Trabalho, Defesa, Desenvolvimento Social e Ciência e Tecnologia, além da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) e da Organização Pan-americana de Saúde.Também integram o Comitê o Movimento das Donas de Casa e Consumidores, o Conselho Nacional dos Direitos do Idoso, a Sociedade Brasileira Geriátrica, a Santa Casa de São Paulo, a Federação dos Aposentados e Pensionistas do Distrito Federal, entre outros.

Anvisa informa sobre recolhimento voluntário dos medicamentos Silomat® e Silomat Plus®, da Boehringer-Ingelheim

A Boehringer-Ingelheim do Brasil Química e Farmacêutica Ltda., fabricante dos medicamentos Silomat Xarope®, Silomat Solução Oral®, Silomat Plus Xarope®, e Silomat Plus Solução Oral®, decidiu voluntariamente recolher esses produtos do mercado brasileiro. Esta medida também está sendo adotada nos demais países onde produtos desta empresa que contenham o cloridrato de clobutinol sejam comercializados.
O clobutinol é um princípio ativo utilizado para o tratamento da tosse não-produtiva disponível no mercado há mais de quarenta anos. No Brasil, assim como em vários outros países, ele é vendido sem prescrição médica.
Esta decisão foi tomada a partir de resultados de estudos experimentais e de um estudo clínico realizado em voluntários sãos, realizado pela empresa, que mostraram um risco de prolongamento do intervalo QT no eletrocardiograma após a administração do clobutinol. Tal alteração potencialmente pode levar a alterações graves do ritmo cardíaco.
Segundo informe da agência reguladora francesa AFSSAPS cerca de 200 milhões de pacientes já foram tratados no mundo com o clobutinol, e apenas dois casos de prolongamento do intervalo QT acompanhados de arritmia foram relatados, ambos de evolução favorável. Nesses dois casos haviam outros fatores de risco associados, que podem ter contribuído para a ocorrência das alterações de ritmo cardíaco neles observadas.
As evidências existentes são de que o risco de reações adversas associado ao uso do clobutinol é muito pequeno, mas pelo fato de existirem outras alternativas terapêuticas, e pelo fato de seus produtos serem de venda livre em vários países, inclusive o Brasil, a empresa optou pelo recolhimento do produto como medida de precaução.
O recolhimento já foi comunicado à Anvisa, que solicitou à empresa uma série de informações adicionais às que já possui, inclusive os resultados dos referidos estudos. Após a avaliação desses dados, a agência adotará as medidas cabíveis quanto aos demais medicamentos contendo clobutinol comercializados no país.

REGRAS APARA ANOREXÍGENOS

Entrou em vigor nesta quinta-feira (03) a RDC 58, que estabelece critérios ainda mais rígidos para a prescrição e comercialização de anorexígenos (moderadores de apetite). A principal mudança é um novo tipo de receita médica, criado especificamente para estes medicamentos.
A prescrição e a dispensação (entrega ao paciente) de medicamentos ou fórmulas que contenham substâncias psicotrópicas anorexígenas ficam sujeitas à notificação de receita do tipo “B2”. A receita, de cor azul, terá validade máxima de 30 dias.
Outras mudanças:
Os medicamentos ou fórmulas com finalidade exclusiva de tratamento da obesidade deverão respeitar a dose máxima diária recomendada conforme a resolução. A dose de medicamentos à base de femproporex, por exemplo, não deverá ultrapassar os 50,0 mg/dia.
Ficam proibidos os medicamentos que contenham substâncias anorexígenas associadas entre si ou com ansiolíticos, antidepressivos, diuréticos, hormônios e laxantes.
O descumprimento das novas exigências fica sujeito às sanções da lei 6437/77. A lei estabelece penalidades que chegam até à interdição do estabelecimento e multas que variam entre R$ 2 mil e R$ 1,5 milhão. Ao farmacêutico responsável pelo estabelecimento também cabem as sanções do conselho profissional competente.

TERAPIA BIOLÓGICA DA ARTRITE REUMATÓIDE

Definição de agentes biológicos: Os biológicos são uma nova classe de medicações que tem sido utilizadas na prática clínica desde 1998, e já foram ministrados para mais de 600.000 pessoas em todo o mundo, portadores de doenças que antes do desenvolvimento dessas drogas não tinham outras opções. Essa nova classe de agentes terapêuticos, obtidos por engenharia genética reproduzem os efeitos de substâncias já existentes em nosso organismo fabricadas por nosso sistema imune, atuando diretamente no processo inflamatório. Nesse processo ocorrem uma sucessão de eventos que atuam em cadeia nos quais estão envolvidos varias moléculas, entre elas as citocinas que são pequenas e potentes proteínas que possuem receptores que podem receber substâncias que a neutralizam. Foram identificadas quatro grandes famílias,entre elas a IL-1 ( interleucina -1) e o TNF ( fator de necrose tumoral ) alfa e beta. Elas são produzidas por diferentes células. O TNF-alfa não é detectável no plasma de indivíduos normais, mas está elevado em várias doenças auto-imunes e inflamatórias com amplo espectro de ação se associando a anemia, caquexia e febre.
Como funcionam estes agentes: Os biológicos atualmente disponíveis agem como inibidores dos receptores das citocinas IL-1 e TNF .Como acima exposto são produzidas por muitas das células do organismo que estimulam outras células do sistema imunológico. A interleucina –1 e o (TNF)-fator de necrose tumoral são produzidos em grande quantidade na artrite reumatoide, artrite psoriática, espondilite anquilosante e outras doenças inflamatórias em outros sistemas, como a doença de Crohn. Nestas patologias o TNF ou IL-1 atuam amplificando a inflamação a semelhança do efeito que seria obtido com colocação”de gasolina no fogo” . Na artrite reumatoide, por exemplo , o TNF ou IL-1 são a “ gasolina” na articulação, aumentando o “ incêndio” ou seja , amplificam a resposta inflamatória. Logo, a terapia biológica visa romper a cadeia inflamatória, atuando especificamente em algum elo que participa desta corrente, rompendo o mesmo, permitindo controlar os sintomas decorrentes da inflamação, com melhoria na qualidade de vida dos pacientes.

MEDICAMENTOS FITOTERÁPICOS

Os fitoterápicos são medicamentos obtidos a partir de plantas medicinais. Eles são obtidos empregando-se exclusivamente derivados de droga vegetal (extrato, tintura, óleo, cera, exsudato, suco, e outros). Não é objeto de registro como medicamento fitoterápico, planta medicinal ou suas partes, após processos de coleta, estabilização e secagem, podendo ser íntegra, rasurada, triturada ou pulverizada.Os fitoterápicos, assim como todos os medicamentos, devem oferecer garantia de qualidade, ter efeitos terapêuticos comprovados, composição padronizada e segurança de uso para a população.A eficácia e a segurança devem ser validadas através de levantamentos etnofarmacológicos, documentações tecnocientíficas em bibliografia e/ou publicações indexadas e/ou estudos farmacológicos e toxicológicos pré-clínicos e clínicos.A qualidade deve ser alcançada mediante o controle das matérias-primas, do produto acabado, materiais de embalagem, formulação farmacêutica e estudos de estabilidade.

MEDICAMENTOS GENERICOS

O que é um medicamento genérico?
O medicamento genérico é aquele que contém o mesmo fármaco (princípio ativo), na mesma dose e forma farmacêutica, é administrado pela mesma via e com a mesma indicação terapêutica do medicamento de referência no país, apresentando a mesma segurança que o medicamento de referência no país podendo, com este, ser intercambiável. A intercambialidade, ou seja, a segura substituição do medicamento de referência pelo seu genérico, é assegurada por testes de bioequivalência apresentados à Agência Nacional de Vigilância Sanitária, do Ministério da Saúde. Essa intercambialidade somente poderá ser realizada pelo farmacêutico responsável, pela farmácia ou drogaria e deverá ser registrada na receita médica.

Quais as vantagens dos medicamentos genéricos?
Oferecer à população medicamentos de melhor qualidade, mais seguros e eficazes, comprovados através da realização de testes de equivalência farmacêutica e bioequivalência;*Disponibilizar medicamentos de menor preço, visto que os fabricantes de genéricos não precisam investir em pesquisa para o seu desenvolvimento e nem em propaganda;* Reduzir os preços dos medicamentos de referência, com a entrada de medicamentos concorrentes (genéricos);* Contribuir para aumento do acesso aos medicamentos;* Fortalecer a indústria nacional;* Mudar o comportamento dos profissionais de saúde (prescritores e dispensadores);* Proporcionar o desenvolvimento tecnológico das indústrias e, conseqüentemente, do país.

Por que os medicamentos genéricos são mais baratos?
Porque os fabricantes de medicamentos genéricos copiam um determinado medicamento - não necessitam fazer investimentos em pesquisas para o seu desenvolvimento - visto que as formulações já estão definidas pelos medicamentos de referência e que servirão de parâmetro para a fabricação. Além disso, os fabricantes de medicamentos genéricos não necessitam fazer propaganda, pois não há marca a ser divulgada, o que também reduz os custos do medicamento.

Como garantir a qualidade dos medicamentos genéricos?
Os genéricos possuem a mesma qualidade dos medicamentos de referência, visto que são realizados testes de equivalência farmacêutica e de bioequivalência, previamente à concessão do registro pela Anvisa. Esses testes são realizados em laboratórios de instituições como USP (Universidade de São Paulo), UNICAMP (Universidade de Campinas), UFC (Universidade Federal do Ceará), Santa Casa do Rio de Janeiro e outras. Informações adicionais podem ser obtidas na sessão "Centros de Bioequivalência" e "Laboratórios e Centros habilitados - Equivalência Farmacêutica". O responsável pela garantia da qualidade do medicamento é o fabricante. Compete à Anvisa monitorar a qualidade assegurada pelo fabricante e as condições de bioequivalência, através de inspeções sanitárias sistemáticas.

sábado, 26 de abril de 2008

Sobre o Tylenol . . .

SÃO PAULO (Reuters) - O medo de contrair dengue está fazendo muita gente correr às farmácias para comprar e tomar drogas à base de paracetamol, como o Tylenol, pensando na prevenção da doença. O problema é que esses medicamentos não previnem a dengue, apenas ajudam a aliviar os sintomas, e o consumo excessivo pode provocar efeitos adversos graves, como complicações hepáticas. O alerta foi feito pelo laboratório Janssen-Cilag, braço farmacêutico da Johnson & Johnson, que detectou um crescimento na demanda do medicamento Tylenol. O analgésico e antitérmico é a primeira escolha para o alívio dos sintomas da dengue, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) e o Centro de Controle de Doenças dos Estados Unidos. Medicamentos à base de ácido acetilsalicílico, como a aspirina, além de analgésicos, acumulam a função de anticoagulante, inibindo as plaquetas de se agregarem e estancarem sangramentos. Por isso, no caso da dengue hemorrágica, a aspirina não é recomendada. "Há uma falta de informação com relação ao tratamento da dengue", disse Sérgio Bartczak, diretor-médico da Janssen-Cilag. "O pânico está fazendo muita gente usar o Tylenol de forma errada", acrescentou. A Janssen-Cilag já registrou um crescimento na demanda do seu produto e está aumentando a produção para garantir o abastecimento de farmácias e hospitais. Bartczak não precisou o número exato de vendas, porque isso deve ser avaliado apenas depois do primeiro trimestre. "Posso dizer que a demanda atual é maior do que a registrada no ano passado nesse mesmo período e daquela do último trimestre do ano passado", informou. Segundo Bartczak, a superdosagem de Tylenol pode causar danos ao fígado. "A dengue hemorrágica também pode provocar problemas hepáticos. Isso pode causar muita confusão", disse. "A toxicidade do remédio pode esconder outras doenças hepáticas, como a hepatite", acrescentou. O Tylenol é uma droga sazonal, usada principalmente no inverno devido a gripes e resfriados. No entanto, por causa do aumento de casos de dengue nos últimos anos, o laboratório decidiu aumentar a produção no verão.

Sábado (29) é o Dia D da Campanha Nacional de Vacinação do Idoso - 24/04/2006





EscreverEditar HtmlO Ministério da Saúde, em parceria com estados e municípios, realiza amanhã (29) o Dia D da oitava edição da Campanha Nacional de Vacinação do Idoso. Mais de 251 mil pessoas, entre servidores e voluntários, estarão mobilizadas em 73,7 mil postos de vacinação em todo o país, entre 8h e 17h. Serão utilizados 27,7 mil veículos, incluindo carros e barcos para a locomoção das equipes, além de uma aeronave.O Dia D será o ponto alto da campanha, que teve início no dia 24 de abril e se estenderá até 5 de maio. Nesse período, a meta é vacinar contra a gripe 11 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, o equivalente a 70% dos 15,7 milhões de idosos do país. O objetivo da campanha é proteger esse segmento da população, que é mais vulnerável a complicações da gripe e de outras doenças preveníveis por vacinas.O investimento do Ministério da Saúde na campanha é de R$ 130,5 milhões, dos quais R$ 118,6 milhões foram aplicados na compra de 18,6 milhões de doses contra o vírus influenza.O restante dos recursos foi utilizado na aquisição de 240 mil doses contra pneumococos, de 4 milhões de doses difteria e tétano e de 1 milhão de doses contra febre amarela. Essas outras vacinas serão utilizadas para fazer a atualização da carteira de vacinação dos idosos. Também integram o orçamento da campanha de vacinação do idoso R$ 4,8 milhões repassados aos estados e municípios para ações de mobilização.A campanha publicitária de vacinação do idoso deste ano traz o slogan "Viva melhor. Vacine-se contra a gripe". Foram produzidos vídeos para TV, spot para rádio, fôlderes, cartazes e outdoor. A vacina contra a gripe é produzida com base nas três cepas (subtipo de vírus) de maior circulação no Hemisfério Sul. Essa combinação eleva a capacidade de proteção da vacina. Ela diminui o risco de contrair a doença em até 90% dos casos. A vacina leva duas semanas para produzir efeito e deve ser tomada todos os anos. Os vírus presentes na vacina estão mortos e não podem se reproduzir e provocar a doença. Isso significa que a vacina não causa gripe.Só não podem ser vacinados aqueles que têm um quadro raríssimo de alergia comprovada à proteína do ovo, uma vez que a dose é produzida em embriões de galinha.O Brasil é um dos poucos países que oferecem gratuitamente a vacina para maiores de 60 anos. As campanhas de vacinação de idosos começaram em 1999. Milhões de pessoas são vacinadas todos os anos no Brasil. No ano passado, o país superou a meta e vacinou 83,9% da população com mais de 60 anos, conquistando uma das melhores coberturas vacinais em todo o mundo.A gripe é considerada uma das doenças infecciosas que mais preocupam as autoridades sanitárias no Brasil e no mundo. No último século, ocorreram três pandemias (epidemia em escala mundial) responsáveis por mais de 50 milhões de mortes, problemas sociais e perdas econômicas: a Gripe Espanhola (1918), a Gripe Asiática (1957) e a Gripe de Hong Kong (1968). Especialistas acreditam que uma nova pandemia poderá acontecer nos próximos anos, provocando milhões de casos da doença. A característica mutável do vírus influenza, causador da gripe, reforça essa hipótese.Estimativas de estudos internacionais indicam que a vacina contra a gripe provoca redução da mortalidade em até 50% entre a população idosa. Além disso, constam nos resultados desses estudos a redução de 19% do risco de hospitalização por doença cardíaca e em até 23% do risco de doenças cerebrovasculares.A campanha de vacinação do idoso segue recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) de priorizar os idosos na vacinação. A gripe entre jovens não representa problema de saúde pública. Leva-se em consideração que o organismo do idoso é mais vulnerável à gripe. Assim, eles podem sofrer complicações, como a pneumonia ou a desestabilização de um quadro de doença cardíaca ou renal.A doença - A forma e a gravidade da gripe variam muito. Seus principais sintomas são febre, calafrios e mal-estar generalizado, freqüentes nos primeiros dias. A rinite e a faringite também podem ocorrer. Quando os sintomas iniciais diminuem, aparecem problemas respiratórios, como dor de garganta, tosse seca, coriza e congestão nasal. A gripe é curada espontaneamente em cerca de uma semana. Os pacientes idosos mantêm, em geral, a infecção por semanas e podem apresentar complicações. As mais freqüentes são a pneumonia bacteriana, a pneumonia viral primária e o agravamento de doenças crônicas pré-existentes. A gravidade aumenta com a idade.Um dos maiores desafios em relação à saúde da população com mais de 60 anos é a prevenção de enfermidades que interferem no desenvolvimento de suas atividades diárias, sendo a gripe uma das principais causas.Hoje, o crescimento do fluxo de viagens internacionais da população com mais de 60 anos (mais vulnerável) facilita a disseminação do vírus. Isso exige da política nacional de saúde estratégias adequadas, com atenção especial à ampliação das coberturas vacinais dos grupos de risco, às pesquisas e ao desenvolvimento de vacinas.O envelhecimento populacional é um fenômeno observado mundialmente, sendo marcado por um crescimento elevado da população idosa em relação aos demais grupos etários. No Brasil, pode ser exemplificado pelo aumento da participação das pessoas com mais de 60 anos no total da população nacional de 4%, em 1940, para 9%, em 2000. No Estado de Minas Gerais, em 2000, os idosos representavam 9,1% da população mineira. A quantidade de idosos institucionalizados é maior nas regiões mais desenvolvidas do Estado, como a Central, Sul de Minas, Centro-Oeste e Triângulo. Em Belo Horizonte, a porcentagem de idosos é ainda maior. Dos 2 milhões e 200 mil habitantes, 204,573 são idosos, o que corresponde a 10% da população belorizontina.( PORTAL DA SAUDE )

quarta-feira, 23 de abril de 2008

Interações Medicamentosas

Interações Medicamentosas Embora leves e relativamente raras, as interações envolvendo medicamentos dispensados sem prescrição produzem resultados indesejáveis ou tornam menos eficazes as suas ações terapêuticas. Em uso concomitante de medicamentos prescritos e sem prescrição (venda livre), é fundamental conhecer as suas interações. Estas estão impressas nas bulas. Os medicamentos podem interagir com alimentos e bebidas, bem como com as condições de saúde (diabetes, insuficiências hepáticas, renais, pressão arterial elevada). Algumas das interações mais comuns: Evite bebidas alcoólicas se usa medicamentos anti-histamínicos, antitussígenos ou medicamentos indicados para o tratamento de insônia. Não use laxativos quando sentir dores estomacais, náuseas, vômitos. Não use descongestionante nasal se fizer uso de medicamentos anti-hipertensivos, antidepressivos ou se for portador de doenças da tireóide, diabetes ou problemas da próstata, a não ser sob estritas orientações médicas. Consulte o médico antes de usar produtos contendo o ácido Acetilsalicílico, principalmente se estiver usando um expansor sangüíneo ou se for portador de diabetes ou gota, ou estiver com suspeita de dengue. Ao persistirem os sintomas, dirija-se, imediatamente, ao médico. Fonte: ANVISA

domingo, 20 de abril de 2008

Médico explica os riscos do paracetamol e diz que não sabe por que remédio continua no mercado



08/12/2005 - 21h36Médico explica os riscos do paracetamol e diz que não sabe por que remédio continua no mercado .
Da Redação Pesquisa divulgada pela revista científica New Scientist alerta sobre os riscos que o paracetamol traz para a saúde depois que foi divulgado que o analgésico se tornou a principal causa de insuficiência hepática nos Estados Unidos. O estudo mostra que a proporção de problemas no fígado causados pelo medicamento chegou a 51% do total em 2003. Em 1998, esta proporção era de 28%.Os cientistas americanos responsáveis pelo estudo chegaram à conclusão de que 20 comprimidos de paracetamol por dia são suficientes para causar insuficiência hepática e levar à morte - a dose máxima recomendada é de oito.Em entrevista ao UOL News, o toxicologista Anthony Wong, do Centro de Assistência Toxicológica do Hospital das Clínicas, deu uma aula sobre o que se deve e o que não se deve fazer no uso do paracetamol, admitiu não saber por que o remédio ainda continua no mercado e explicou que a dosagem perigosa varia de pessoa para pessoa."A quantidade de comprimidos é altamente variável. Só aqui no Brasil tem comprimido de 750mg. Na Inglaterra só tem de 500mg e de 360mg. Nos Estados Unidos existem comprimidos de até 1g, mas isso ainda é muito restrito. Nos Estados Unidos, inclusive, já há restrições, com advertência de caixa preta, para que as pessoas não tomem paracetamol com bebida alcoólica. Se tomar mais de 3 doses de bebida alcoólica não pode tomar paracetamol."Ainda sobre a dosagem, lembrou: "20 comprimidos é uma dose média, mas há pessoas que já tiveram falência hepática tomando 8 comprimidos de 500mg, que dá 4g. É importante salientar que a máxima diária são 4g de paracetamol, desde que não tenha álcool, problema hepático ou o paciente não esteja tomando um outro remédio."Nada de paracetamol na ressacaEle contou que a velha prática de tomar um comprimido com paracetamol em dias de ressaca para combater a dor de cabeça deve ser completamente abolida da vida das pessoas. "É uma boa advertência para essa época de natal e ano novo. Não se pode tomar um porre e depois tomar paracetamol, pois pode causar lesão hepática fulminante mesmo em doses menores do que 20 comprimidos. Também não pode tomar aspirina, porque ela aumenta o sangramento gástrico."Para Anthony Wong, a pesquisa vem numa boa hora. "É importante e muito bem-vindo o alerta, porque os americanos e principalmente os brasileiros tomam remédios como se fossem 'M&Ms'. Não pode." Ele contou que nos Estados Unidos, além da morte causada por falência hepática, o paracetamol é a principal causa de morte por intoxicação de todos os remédios que existem no país.""Então por quer ainda está no mercado?", perguntou a jornalista. "Nos Estados Unidos tem um forte trabalho de marketing em cima do FDA. Já na Europa há muitas restrições. Na Inglaterra, por exemplo, só se pode comprar uma caixa por mês."Segundo o médico, febre muito alta, jejum prolongado ou vômito prolongado em crianças ou adultos são muito perigosos. "Isso esfolia a pessoa de radicais que são necessários para neutralizar o paracetamol."O efeito no fígadoSegundo o médico, o efeito do paracetamol no fígado é tardio. "Depois de 12 horas a pessoa começa a sentir náuseas. Depois de 24 horas começa a ter dor de cabeça muito forte por causa da lesão do fígado. E aí não adianta dar nada, porque o antídoto só funciona, na melhor das hipóteses, antes de 24 horas. Depois disso é muito tarde."Ele contou que há 3 anos saiu na Pediatrics um estudo alertando para esse efeito, dizendo que uma criança que tomou paracetamol e está vomitando poderia estar com overdose de paracetamol. "E tanto é verdade que muitos centros já aplicam um antídoto quando uma criança que tomou paracetamol é atendida e a mãe não sabe dizer qual foi a dose. Depois fazem a dosagem. Se for baixa, suspendem o antídoto."O paracetamol e a febreAnthony Wong lembrou que vários antigripais contêm paracetamol. Lillian pediu para o médico citar alguns nomes-fantasia para que as pessoas pudessem saber de que remédio estão falando. Citou como alguns exemplos Tylenol, Naldecon, Cheracap, Cedrin e Dimetap. "Quase todos os antigripais têm paracetamol e muito facilmente causam overdose."O especialista explicou que não se deve nunca começar um tratamento de gripe com aspirina. "Motivo: existe uma doença chamada Síndrome de Reye, que causa a destruição fulminante do fígado se a pessoa tomar aspirina e tiver propensão genética de destruição maciça no fígado." Ele contou que essa advertência sobre o uso da aspirina foi feita no fim da década de 70, começo da década de 80."Quando saiu essa advertência, a incidência de Reye nos Estados Unidos era mais ou menos de mil casos por ano. Praticamente 95% das pessoas morriam. No Brasil não era muito menor. Depois da advertência, o número de casos caiu para 25 ao ano. Isso demonstra que existe uma associação causal com uso da aspirina."AlternativasO médico deu algumas alternativas ao paracetamol. "Tenho uma certa preferência pela dipirona (novalgina), mas o ibuprofeno (advil para adulto e alivium para criança), que está entrando agora no mercado, é bastante seguro." Wong lembrou que nem a aspirina nem o paracetamol podem ser ingeridos em casos de dengue. O primeiro porque causa sangramento e o segundo porque ataca o fígado.Sobre reação anafilática, Wong explicou que independe do medicamento. "Pode acontecer com qualquer remédio, desde dipirona, pinicilina (o mais comum de causar alergia), ácido acetilsalicílico, até picada de abelha. A dica é: evite ao máximo tomar remédio. Se precisar, tome com cautela, com cuidado, mesmo que seja a 1/10 de vez que estiver tomando aquele remédio."O paracetamol e a estatinaA jornalista Lillian Witte Fibe perguntou a ele se é perigoso misturar o paracetamol com a estatina, que é usada para o controle do colesterol. "Ainda não foi demonstrada uma associação entre os dois. Parece que atuam em lugares diferentes dentro da célula hepática. Sabemos que alguns antibióticos, como a rifampicina, usada para tuberculose, e também alguns antibióticos da linha do cipro podem se associar ao paracetamol e provocar uma lesão de fígado."

"Pílula antibarriga" começa a ser vendida oficialmente no Brasil

"Pílula antibarriga" começa a ser vendida oficialmente no Brasil
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da Folha Online
Após uma longa espera, o laboratório farmacêutico Sanofi-Aventis anunciou o início da venda do medicamento antiobesidade Acomplia (rimonabanto) no Brasil. De acordo com a empresa, até o fim do mês farmácias de todo o país já poderão comercializar o medicamento.
Aprovado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) em abril de 2007 e liberado pela Cmed (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos) em julho do mesmo ano, o remédio aguardava o fim das negociações do laboratório pelo preço de comercialização do produto.
Segundo a assessoria de imprensa do laboratório, o preço máximo para o medicamento será de R$ 225 para a caixa com 28 comprimidos. O Acomplia só poderá ser comprado em farmácias mediante receita controlada.
No entanto, antes mesmo de ser comercializado oficialmente no Brasil, o remédio podia ser encontrado em sites de negócios, como o MercadoLivre.
"Antibarriga"
Conhecido como "pílula antibarriga", o Acomplia é considerado uma promessa para o tratamento de pacientes com obesidade ou sobrepeso. O remédio, no entanto, é indicado apenas para pessoas que possuem obesidade associada a fatores de risco como diabetes tipo 2 e dislipidemia (aumento anormal da taxa de lipídios no sangue).
Estudo mostraram que o uso do rimonabanto ajuda a diminuir a barriga e reduz os índices de triglicérides (gorduras no sangue). O medicamento também melhora o controle das taxas de açúcar no sangue, ajudando a regular o diabetes, e aumenta o HDL, conhecido como bom colesterol.
Aprovado em mais de 50 países e já é usado por mais de 500 mil pacientes em todo o mundo, o medicamento, no entanto, foi vetado em junho do ano passado por um comitê de 14 especialistas do FDA, a agência norte-americana que regula os produtos alimentícios e farmacêuticos.
A agência decidiu observar por mais tempo os efeitos colaterais do medicamento, especialmente os distúrbios psiquiátricos que foram associados a ele, como depressão, ansiedade e problemas de sono.
De acordo com a Anvisa, os resultados das pesquisas clínicas demonstraram que, obedecidas as indicações médicas, o remédio é seguro.
O laboratório alerta que o medicamento não é recomendado para pacientes com histórico de distúrbios depressivos e doenças psiquiátricas não controladas.

Cerca de 24 mil remédios têm reajuste médio de 3,18%

Cerca de 24 mil remédios têm reajuste médio de 3,18%
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da Folha Online
Cerca de 24 mil medicamentos sofrem reajuste médio de 3,18% a partir desta segunda-feira. A medida foi anunciada no dia 14 deste mês pela Cmed (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos).
Os reajustes foram estabelecidos para três faixas diferenciadas de medicamentos. Os percentuais, de até 4,61%, 3,56% e 2,52%, foram definidos segundo o nível de competição nos mercados a partir do grau de participação dos genéricos nas vendas.
A Cmed informou, ainda, que o cálculo também considerou o IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o fator de produtividade e a variação dos custos do setor. O próximo reajuste deve ocorrer em março de 2009.
Cerca de 24 mil apresentações terapêuticas serão atingidas pelo reajuste. Os medicamentos fitoterápicos e os homeopáticos não são submetidos a esse reajuste, assim como 900 apresentações com venda livre de receita.
Entre os medicamentos, cerca de 8.000 terão o reajuste maior, de 4,61%, 2.000 estão na faixa intermediária, com alta de 3,56% e 14 mil terão o reajuste menor, 2,52%.
No ano passado, o reajuste máximo determinado pelo governo foi de 3,02%. Já em 2006, o aumento chegou a 5,51%.
Veja exemplos dos preços em São Paulo:
Prozac com 28 cápsulas - de R$ 125,67 para R$ 131,46
Arcoxia 90 mg cx com 2 cartelas de 7 cápsulas - de R$ 63,92 para R$ 66,86
Higroton 50 mg com 2 cartelas com 14 cápsulas - de R$ 15,08 para R$ 15,61
Amoxicilina 500 mg com 21 cápsulas - de R$ 21,51 para R$ 22,27
As simulações foram feitas com base nos preços máximos determinados pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) e considerando o ICMS de 18% praticado em São Paulo.